Apresentação do VI SIMP:
"Em nenhum outro momento da história ocidental o passado esteve tão presente e seus usos foram tão disseminados e diversificados. Falamos em tempos mnemotrópicos, na expressão de Joel Candau; de proliferações como fala Jean-Louis Tornatore, de emoções patrimoniais, de atores e processos de patrimonialização. A emergência e multiplicação de objetos e atores patrimoniais sugere uma relação com o tempo definida por Valdimar Hafstein como “regime patrimonial” .
Considerando que o patrimônio é uma invenção recente do mundo ocidental e que na origem esteve associado à afirmação do Estado Nacional, podemos também afirmar que ele assumiu, no presente, múltiplas e emergentes configurações e usos, servindo de base para afirmações identitárias, busca por reconhecimento, estabilização de comunidades socialmente impactadas, fonte de recursos econômicos, etc. São vários os agentes que estão hoje na base dos processos patrimoniais e vários os dispositivos criados para conferir legitimidade a esses processos, tais como legislações, programas de incentivo, educação patrimonial.
O debate que se pretende estabelecer nesse VI Seminário Internacional em Memória e Patrimônio, se articula em torno de alguns vetores: quais são os dilemas contemporâneos acerca dos usos e alcances sociais do patrimônio? Quais os valores que presidem os processos de patrimonialização? Quem são os atores dos processos patrimoniais? Que conflitos se estabelecem a partir e no interior desses processos? Quem são os transmissores do patrimônio e como se estabelecem essas transmissões? Como se relacionam esses processos de patrimonialização com o contexto politico e social no qual estão inseridos? Quais impactos que vêm sendo observados produzidos pela patrimonialização do meio urbano? Qual o poder efetivo dos novos atores no que se refere às decisões e gestão patrimonial?"
Entre os dias 03 e 05 @s bolsistas Kênya Martins, Raniere Dourado, Edson Sousa, Michelle Pureza e Josi Torman, bem como, a Coordenadora Juliane Serres do PIBID História Educação Patrimonial participaram como ouvintes do VI SEMINÁRIO EM MEMÓRIA E PATRIMÔNIO: PATRIMONIALIZAÇÕES: ATORES E CONFLITOS, organizado pelo Mestrado em História da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Além disso, participaram do minicurso Imagen y memoria, oferecido pelo professor Ricardo Gonzalez, com a seguinte ementa:
"El seminario constará de tres unidades, dirigidas a analizar el uso de las imágenes cristianas y la habilitación de la memoria de formas y temas significativos en diversos contextos culturales prehispánicos de América colonial durante el proceso de evangelización, particularmente en aquéllos a cargo de la Compañía de Jesús.
En la primera unidad se verá de qué modo se empleó el concepto de “traducción cultural” en la tradición cristiana, tanto como forma de comunicar a distintos auditorios como para asimilar las formas religiosas precedentes, esto es, el empleo de la memoria del otro como un elemento activo del proceso de aprendizaje. Se distinguirán los conceptos de “adaptación” y “traducción”.
La segunda unidad tratará de los modos en que los religiosos europeos aplicaron este principio en la evangelización americana, insertando en su discurso elementos pertenecientes a las perspectivas religiosas y los rituales locales. Se verá especialmente el tratamiento dado a la cuestión por jesuitas y agustinos, y particularmente la concepción relativa a las imágenes en la orden ignaciana.
La tercera unidad estudiará casos específicos, tanto en el terreno de la iconografía como en el de la forma, en el que elementos propios del contexto americano –sea de las tradiciones, sea de las circunstancias históricas- aparecen metabolizados en la producción artística o en la visión de los personajes cristianos. Se analizarán casos de la doctrina agustina de Copacabana y de las jesuíticas de Juli, Paraguay y Chiquitos".
http://ich.ufpel.edu.br/simp/6/v02-01/apresentacao.php Acessado dia 08/10/12